O Retrocesso do documentário “Dos 3 aos 3”

Texto por Eleanor Luzes.

Esta pediatra vienense Emmi Pikler cujas ideias são expostas no documentário “Dos 3 aos 3” representa um retrocesso que a Psicohistória aponta com resultado já conhecido:

  • O guru da orientação de pais: Dr. Daniel Gottlied Moritz Schreber (40 edições), achava que mesmo a um bebê de 4 meses devia ser negada qualquer empatia. Mais tarde comer e beber o que a criança gostava mais negar a ela receber.
  • Outro manual que os pais seguiam era “A Mãe Alemã e seu Primeiro Filho” da médica Joanna Haarer. Bebês deviam ser separados de suas mães depois do nascimento nas 24 primeiras horas. Propunha que a criança tinha que obedecer obsessiva e tiranicamente, pois por natureza eram impuras. Se chorassem deviam ser levadas para um quarto isolado até a próxima refeição. Mas devia ser alargado o tempo de comer, para que aprendessem a suportar fome. Resistentes para a privação da criança, os pais foram exortados a serem  duros mesmo espancando-as se não fosse absolutamente obedientes.
  • Em torno do século XX a taxa de suicídios em crianças era 3 a 4 vezes maior que no resto da Europa.
  • “Toda criança é uma batalha” – Organização Feminina do Nacional Socialismo Alemão.(1934). Um lema do manual que teve 40 edições para orientar pais.
  • Os manuais para cuidados do que veria a ser a geração nazista, sempre deplorava a ideia de  demonstrar afeto para crianças, incentivavam a dominação absoluta, com muito ódio e nenhuma compaixão, obediência cega. Preferência por meninos, e negligência com meninas. Rotina de espancamento escolar.
  • Amamentação era considerado um ato grosseiro, os bebês eram alimentados por papas, tal como na França 1 século atrás -= exército de Napoleão. Os bebês não eram lavados eram mantidos firmemente enfaixados. A mortalidade infantil era alta, 20% no total. Intimidade com crianças era evitável.
  • Benjamin McLane Spock cujo livro “Baby and Child Care” (1946) é um dos livros mais vendidos do século XX. século, vendendo 500.000 cópias nos seis meses após sua publicação inicial em 1946 e 50 milhões na época da morte de Spock em 1998. Aconselhava a deixar crianças chorarem à noite até desenvolverem responsabilidade e capacidade de se controlar perante a frustração no entanto passou para a história como um pediatra que pregavas a afeição.
  • No Brasil influenciou Rinaldo Victor De Lamare que escreveu “A Vida do Bebê” que vendeu mais de 6,5 milhões de exemplares no Brasil, desde 1941, influenciou por 7 décadas a pediatria, o livro teve 41 edições. O único avanço foi a defesa da amamentação materna, versus aleitamento artificial.
  • Em novembro de 2019 a UNICEF ao comemorar Direitos Humanos (ACNUDH), em Genebra, na Suíça, para comemorar os 30 anos da Convenção sobre os Direitos das Crianças.
  • Fez um alerta para o alto número de adolescentes que se suicidam no Brasil. São 32 adolescentes assassinados por dia. Nenhum país em guerra tem esses números. O Brasil é o país com mais homicídios de adolescentes no mundo. Adotar as ideias de Emmi Pikler aqui é piorar estes números.
  • Nesta ocasião a ONU aponta que a criança responde por 26% da mão de obra na cadeia produtiva da América Latina.
  • O filhote humano, o é até 3 anos de idade e nesta época estão sendo implantados os valores para o resto da vida, junto com o tempo de concepção e gestação.

Na 3ª semana de gestação, pós fecundação começa a formação de cérebro. Neste momento a partir de emoções negativas, os neurônios formam os Neuropeptídieos como informou a neuro cientista Candace Pert eles ficam por todo o corpo, mas dominantemente no abdome, e geram padrões repetitivos de comportamento que se direcionam por jogá-los na corrente sanguínea e reproduzir a emoção inicial que os causou.
O início da identidade consciente começa quando a criança diz EU aos 3 anos, até lá tudo o que aprende de abuso, abandono, falta de empatia, vira crenças destrutivas, que leva pela vida.

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